O ecossistema hospitalar envolve inúmeras pessoas com diferentes necessidades e backgrounds que precisam de coexistir como comunidade num mesmo meio ambiente e com um objetivo único: a promoção da saúde.

O design tem por objetivo qualificar e facilitar a vida das pessoas, embora, de forma redutora, seja habitualmente associado apenas à qualidade e estética dos produtos e serviços. O design percebe os problemas de forma diferente através de uma visão global sobre cultura, contextos, experiências e processos na vida das pessoas para identificar barreiras e gerar alternativas para transpô-las. Apesar de serem vistas como “distantes uma da outra”, as áreas do design e da saúde têm como principal preocupação a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Logo, enquanto contributo para a promoção da saúde e minimização da distância entre estas áreas, enunciamos 5 aspetos benéficos do design na inovação do ecossistema hospitalar.

5 “MAIS-VALIAS” DO DESIGN PARA A INOVAÇÃO DO ECOSSISTEMA HOSPITALAR

1. Minimizar falhas e potenciar oportunidades do ecossistema

Entendemos que para um sistema funcionar em conjunto e em harmonia, todos os seus componentes precisam de saber de forma clara os seus papéis no processo. Logo, qualquer ruído, indecisão ou entrave pode influenciar e desacelerar este processo pelo que o fluxo de ações e informações deve ser muito bem definido.

A “mais-valia” do design está no mapeamento e análise dos fluxos de interação.

Este sistema interativo precisa de constante atenção, renovação e inovação para um desempenho positivo. O olhar externo do design ajuda a perceber onde moram as falhas e as oportunidades, de maneira a facilitar e garantir o curso da comunicação e a colaboração que refletem numa prestação de serviços de qualidade.

2. A complexidade dos sistemas é vista pelo design como uma oportunidade de inovar

Independentemente de qualquer solução, os problemas complexos são melhor resolvidos se todos avançarem com a mente aberta, sem preconceitos ou resistências. Assim existe uma maior liberdade de abertura para perceber as novas perspetivas e transformar um problema numa oportunidade. O design opera através da cocriação fomentando os processos de inovação de uma forma colaborativa e experimental. Atua na compreensão dos problemas em profundidade para potenciar a livre criatividade antes ainda de se definir a intervenção mais adequada para os diferentes níveis deste complexo ecossistema. Os processos podem ser de diversas ordens como a adoção de novas tecnologias por parte das equipas médicas, a gestão dos processos de mudança, ou o alinhamento e motivação de equipas, através de ferramentas metodológicas e técnicas com foco nas pessoas.

A “mais-valia” está em facilitar os processos através da criatividade com foco nas pessoas.

3. Otimizar os recursos para manter e elevar o nível de qualidade

Sabe-se que os sistemas devem articular recursos financeiros, técnicos e humanos para manter a sustentabilidade do negócio. Além disso, sabe-se da alta pressão orçamental em que os hospitais e operadores de saúde trabalham. Assim, torna-se necessário repensar e reorganizar estruturas e recursos de forma a não danificar a qualidade do serviço prestado.

A “mais-valia” está nas estratégias integradas para o desenvolvimento de soluções e dinamização dos recursos

A otimização dos recursos requer uma visão conjunta de planeamento de curto, médio e longo prazo e não uma postura imediata e solitária. Este processo, dirigido pelo design, consegue alocar, distribuir e minimizar o risco de falha comercial, garantindo o sucesso das organizações e elevada qualidade dos serviços.